Neste artigo, abordaremos um tema de extrema importância relacionado à saúde e educação de crianças e adolescentes: o bullying e a violência nas escolas. Desde a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, em 1996, o assunto da saúde nas escolas tem sido parte integrante do currículo escolar, resultando em avanços significativos. Os professores estão cada vez mais atentos e capacitados para identificar sinais precoces de sofrimento e violência contra crianças e adolescentes, prevenindo doenças e intervindo em prol da saúde dos jovens.
O bullying pode ser definido como uma prática intencional e repetitiva de atos violentos por um ou mais indivíduos contra uma pessoa indefesa, resultando em danos físicos e psicológicos. Essa forma de violência não se limita apenas ao ambiente escolar, podendo ocorrer também em clubes, igrejas e até mesmo dentro do próprio lar, perpetrada por familiares.
Considerando que crianças e adolescentes passam grande parte do tempo nas escolas, esse ambiente pode tanto promover a saúde quanto se tornar um local propício ao adoecimento. É importante ressaltar que grande parte da violência nas escolas reflete a violência existente na sociedade em geral. Infelizmente, ainda há uma naturalização e validação dessa violência contra crianças e adolescentes, sendo comum ouvir expressões como: "Ah, isso é frescura! Na minha época acontecia e ninguém morreu!"
No entanto, devemos lembrar que o impacto do bullying pode variar para cada indivíduo, e considerar isso e refletir sobre o tema é uma forma de prevenir doenças, fracasso escolar e promover a saúde das crianças e adolescentes. Estar atento aos sinais de mudanças emocionais e comportamentais dos filhos e alunos é fundamental, sendo os pais protagonistas nesse desenvolvimento.
Quando uma criança se torna mais queixosa, chorosa e seu desempenho escolar diminui, são sinais de alerta que precisam ser investigados com mais cuidado. Nesse sentido, a Vetor Editora disponibiliza um valioso instrumento, a Escala de Avaliação do Bullying Escolar, que pode ser utilizado por diversos profissionais da área da saúde e educação. Essa ferramenta visa identificar não apenas as vítimas, mas também os agressores, que também requerem uma atenção especial, uma vez que podem estar reagindo a um ambiente familiar problemático.
Além disso, a escala também investiga aspectos familiares que possam ser relevantes e cuja presença ou ausência possa desencadear situações importantes no cotidiano das crianças. Já imaginou quantas tragédias motivadas pelo bullying poderiam ser evitadas por meio de uma investigação diligente por parte das escolas? Além disso, pense nas consequências de longo prazo na vida adulta, resultantes do sofrimento e da violência escolar, que também poderiam ser minimizadas.
O papel dos pais, em colaboração com a escola, de maneira assertiva, respeitosa e investigativa, é importante na prevenção e na eficácia das intervenções. Toda a sociedade tem seu papel na identificação das alterações emocionais e comportamentais das crianças e deve ter e promover a empatia nesses casos. Essa não é uma situação apenas de saúde mental individual, mas também de saúde coletiva. Assim, todos somos responsáveis na expansão da consciência de que podemos promover um desenvolvimento acadêmico e psicológico mais saudável.